
Não sei até quando, eu consigo conviver com o silêncio.
Não sei até quando, eu preciso de palavras para sobreviver.
As palavras, talvez, não caberiam. Ou, simplesmente, não serveriam.
O silêncio agora é a maior de todas as palavras, a mais habitada de todas elas.
Eles se sobressai diante de toda maneira de sentir.
Ele fica entre os intervalos de tempo e de distância de cada letra, de cada pronúncia.
Quanta astúcia bruta essa tua!
De nem em silêncio falar.
De nem bocejar qualquer verbete.
Quanta astúcia bruta essa minha!
Em querer ouvir o silêncio de teus passos; que já não estão mais indo, nem vindo.
Em querer ouvir o silêncio de teus olhos; quando não os vejo em qualquer sinal ou vilarejo.
Em querer ouvir o silêncio de teus sorrisos; quando não ouço mais nada.
O que será que aconteceu com teu idioma? Com tua fria boca? Congelou numa chuva de inverno?
Meus lábios não seriam suficientes quentes para te curar. Meus lábios desconhecem o silêncio, e se calaram por nada saber.
E, com o passar das horas, eles se esqueceram de como se faz para falar.
Não sei até quando, eu vou sonhar com a valsa de nossa melhor fala.
Não sei até quando, eu vou dançar tontas coreografias de espera na esperança da linguagem.
O silêncio agora é mais forte de todas as palvras, e habita em toda sílaba e toda vírgula.
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(Ouvindo: Belle And Sebastian - Winter Wooskie)
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5 comentários:
barulho de unhas que rangem por paredes. silêncios abusivos.
cansativos.
...uma pausa.
ouch.
lugar bonito por demais.
um silêncio de coisas perdidas e encontradas no chão da íngreme estrada.
as palavras chamam o silêncio de painho.
e ele sorri!
=]
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